quinta-feira, 4 de janeiro de 2007

Ando muito irritada. Muito triste. A época das festas foi terrível. Dolorosa. Sinto um mal estar, uma ansiedade, que não me deixa em paz. Que não me deixa adormecer.
Estive a pensar. Aliás...não páro de pensar.
Porque decidi começar a escrever aqui? Porque não fazê-lo off-line? Podia escrever um diário num qualquer editor de texto... Talvez porque assim não me sinto tão só... sinceramente, não sei.
O certo, também, é que ainda não confessei nada de muito íntimo. Mas, hei-de fazê-lo. Deve ser um processo de habituação. De começar a "confiar nisto":)
Já estou divorciada e isso incomoda-me. Parece que estou mais só.
Cada vez me parece que gosto mais e mais dos meus filhos. O que não pode ser possível porque sempre os amei e amo demais. Muito muito mesmo. O que talvez seja é que eles me façam sentir importante e comece a achar que eles me bastam para viver. Eu quero isso, pelo menos.
Ando num psicólogo há dois meses, mais ou menos e, não me sinto a melhorar. A depressão não "me larga". Já tive vários psiquiatras e imensos anti-depressivos. Agora estou a experimentar mais um...
Parei de trabalhar. Não aguentava mais o stress e a pressão. A frustração que o meu emprego me causava. Acordar e pensar que tinha que ir trabalhar era uma sensação horrorosa. Ficava doente, ansiosa, nervosa e muito muito triste. Mas, o certo é que não me vai fazer bem estar sem fazer nada. Não sei o que fazer para ocupar o tempo. Não tenho vontade nem energia para fazer nada. Nem para tratar da casa. também é certo que me sinto muito mal por estar de baixa. Embora eu tenha consciência que estou de facto muito doente. E nunca o quis admitir verdadeiramente.
Serão os diários e estes desabafos uma forma de terapia?

quinta-feira, 21 de dezembro de 2006

A solidão incomoda-me.
Não sei explicar.... irrita-me não estar só por opção.
Não estou só. Tenho dois filhos lindos, que eu amo mais do que tudo e, que estão aqui bem pertinho a dormir como uns anjinhos. Sossegados.
São felizes.
Eu esforço-me tanto para que sejam. Para que não sofram com a separação e que não sintam a minha tristeza. Bem sei que a sentem. Mas tento, por tudo, minimizar o impacto.
Mas, dentro de mim existe ainda muita revolta, muita dor, muita tristeza e muita "inaceitação". Como foste capaz de me trair assim?? De me enganar? De defraudar as minhas expectativas? De deixar de ser o " meu sentido"?
Agora não tenho sentido. Nenhum... a dar à vida. À minha. Sei que sentido ela tem que tomar no sentido dos meus filhos. Mais nada. E, basta? Devia.
Mas, sinto-me triste. Sinto um enorme vazio.
Uma dor imensa.

quarta-feira, 20 de dezembro de 2006

Sabe...

Aproxima-se o dia.
O dia do divórcio. Da assinatura definitiva e final.
Estou ansiosa, nervosa, desconfortável.
Tenho que concentrar energias para não me desfazer em lágrimas e para conseguir estar saudavelmente com os meus filhos, que são e sempre foram a minha primeira preocupação.
E, serão. Para sempre. Eles bastam-me. Para existir.
Embora... por vezes seja mesmo difícil.
Começar...

Porquê?

Tem-me apetecido tantas vezes desabafar. Tantas vezes falar. Falar. Falar.
Às tantas, este, será o diário que ao longo da vida nunca levei a sério e que por várias vezes destruí. Também poderei vir a destruir este. Não sei.
Isto também não significa que estes desabafos ou confissões sejam sérias. São minhas. Pronto. São a minha vida . As minhas tristezas, alegrias e preocupações.
Não irei aborrecer ninguém, porque pouca gente aqui virá navegar (presumo) e, aqueles que por aqui pararem fá-lo-ão por gosto. Ou, por curiosidade e se voltarem, talvez seja porque a vida alheia é sempre interessante.